Caros rádio-nautas,
ao navegar pela web, eu vi um texto da Revista Época, datado em 22/06/1998, sobre a revolução tecnológica que rádio e a tv passaram ao longo do século XX. Vale a pena conferir...
O link sobre este texto está aqui .
Que você(s) tenha(m) uma boa leitura,
Com carinho,
Isabela Guedes
blogdoradiocarioca@yahoo.com.br
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História de fôlego
Como as transmissões de rádio e TV evoluíram ao longo dos Mundiais
A Copa do Mundo, o mais atraente evento esportivo para o público, faz parar todo o país, mas nem sempre chegou às casas dos brasileiros com um simples toque no botão do controle remoto. Do primeiro Mundial transmitido para o Brasil, em 1938, até 1966, o único meio de o torcedor estar em cima do lance ao vivo era pelo rádio. Hoje se vê a imagem de cada jogada; antigamente tinha-se de acreditar no locutor. E dar asas à imaginação.
Não era fácil torcer pelo verde-amarelo em outras terras. As transmissões, em ondas curtas, às vezes tornavam-se inaudíveis, deixando os ouvintes ainda mais nervosos. Como fazem hoje diante da televisão, as pessoas reuniam-se nas casas ao redor do rádio. Em algumas praças, multidões juntavam-se para ouvir as narrações em alto-falantes que cumpriam a mesma função dos telões atuais.
A transmissão televisual do Mundial, desde 1970 para o Brasil, roubou muito do espaço do rádio. Mas ele não perdeu sua utilidade. Por hábito, talvez, há quem tire o som da televisão e suba o do rádio, mantendo a imagem ligada.
A influência da televisão, no entanto, é imensa. Cada vez mais a Copa se volta para ela. A própria Fifa estimula isso - é mais rentável para os organizadores. Muitas inovações surgiram em função da TV. Da colocação do nome do jogador na camisa - e dos patrocinadores nas placas em volta do campo - à mudança de regras. Como a introdução dos cartões amarelo e vermelho, para o telespectador entender a advertência ou punição aplicada ao jogador.
A Fifa apenas não permitiu ainda o uso do replay pelos juízes durante os jogos. Mas já está agendada para depois da Copa uma reunião para discutir o assunto.
Não era fácil torcer pelo verde-amarelo em outras terras. As transmissões, em ondas curtas, às vezes tornavam-se inaudíveis, deixando os ouvintes ainda mais nervosos. Como fazem hoje diante da televisão, as pessoas reuniam-se nas casas ao redor do rádio. Em algumas praças, multidões juntavam-se para ouvir as narrações em alto-falantes que cumpriam a mesma função dos telões atuais.
A transmissão televisual do Mundial, desde 1970 para o Brasil, roubou muito do espaço do rádio. Mas ele não perdeu sua utilidade. Por hábito, talvez, há quem tire o som da televisão e suba o do rádio, mantendo a imagem ligada.
A influência da televisão, no entanto, é imensa. Cada vez mais a Copa se volta para ela. A própria Fifa estimula isso - é mais rentável para os organizadores. Muitas inovações surgiram em função da TV. Da colocação do nome do jogador na camisa - e dos patrocinadores nas placas em volta do campo - à mudança de regras. Como a introdução dos cartões amarelo e vermelho, para o telespectador entender a advertência ou punição aplicada ao jogador.
A Fifa apenas não permitiu ainda o uso do replay pelos juízes durante os jogos. Mas já está agendada para depois da Copa uma reunião para discutir o assunto.
Os avanços de cada Copa
Dos telegramas que interrompiam a programação normal das rádios à transmissão para a TV de alta definição, inaugurada no Brasil durante este Mundial da França
1930 - Uruguai
Os programas de rádio eram interrompidos para informar os resultados dos jogos, que vinham por telegrama da UPI. Algumas pessoas sintonizavam emissoras uruguaias e argentinas em rádios de fabricação caseira
1934 - Itália
Só ouviu o jogo quem conseguiu sintonizar rádios italianas ou inglesas (ondas curtas)
1938 - França
Pela primeira vez um Mundial foi transmitido para o Brasil - por Gagliano Netto, da Rádio Clube do Brasil, do Rio de Janeiro. Alto-falantes eram instalados nas praças
1950 - Brasil
Quem não foi aos estádios ouviu pelo rádio. Não havia ainda repórteres de campo. Os narradores às vezes eram dois, um para cada ataque
1954 - Suíça
Primeiro Mundial televisionado para a Europa. O Brasil acompanhou de novo pelo rádio. Destaque para Oduvaldo Cozzi, da Rádio Guanabara, do Rio, que levou a emoção para a narrativa
1958 - Suécia
Os filmes dos jogos eram passados na TV dias depois, editados com meia hora de duração. Direto, só pelo rádio
1962 - Chile
Começamos a receber os videoteipes das partidas, que chegavam no dia seguinte e eram mostrados na íntegra. Fiori Giglioti transmite sua primeira Copa
1966 - Inglaterra
Os teipes eram passados dois dias depois dos jogos. No centro de São Paulo, em transmissão virtual, com uma bolinha luminosa marcando a posição da bola num painel-campo
1970 - México
O Brasil vê, enfim, uma Copa direto pela TV - como não havia ainda TV colorida no país, as imagens eram em preto-e-branco. Os mexicanos introduzem o replay durante a transmissão
1974 - Alemanha
Pela primeira vez o Brasil vê uma Copa colorida
1978 - Argentina
Aumenta o número de câmeras abertas e no meio do campo. Replay de impedimento
1982 - Espanha
Surgem as câmeras em planos mais fechados e as por trás dos gols
1986 - México
Novidades: os tira-teimas da Globo, as estatísticas e o super-slow motion (com melhor definição)
1990 - Itália
A organização do Mundial põe no ar os tira-teimas. A Globo lança o comentário de arbitragem
1994 - EUA
Nos estádios, telões reproduzem o público
1998 - França
Experimenta-se a alta definição. O recurso torna as imagens quase perfeitas
2002 Japão/Coréia
Muitos países devem ver a Copa em alta definição, o que forçará a mudança do parque de transmissores e receptores
Os bordões que ficaram
"Aplica-lhe o rodopio!"
Oduvaldo Cozzi
"Indivíduo competente" e "O relógio marca..."
Waldir Amaral
"Que que é isso, minha gente!" e "Lindo, lindo, lindo, lindo!"
Geraldo José de Almeida
"Ripa na xulipa!"
Osmar Santos
"Anotem... Tempo e placar no maior do mundo"
Jorge Curi
"Atirou... entrou!"
José Carlos Araújo
"Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo"
Fiori Giglioti
"Vai que é tua, Taffarel!"
Galvão Bueno
"Tá lá o corpo estendido no chão"
Januário de Oliveira
"Pelo amor dos meus filhinhos!"
Sílvio Luiz
As duplas de cabine
Ex-jogadores e ex-técnicos atuam como comentaristas de jogos no Brasil desde os anos 40. É tradição ex-craques fazerem tabelinhas com narradores nas cabines dos estádios. Hoje, estão atuando na Copa da França "cobras" da seleção de 1970, como Pelé, Tostão, Rivellino e Gerson.
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